Minha caminhada no EMDR iniciou em 2011. Nesta época, eu era presidente da Associação Catarinense de Terapia Familiar (ACATEF) e, como tal, participava do Conselho Deliberativo e Científico da Associação Brasileira de Terapia Familiar (ABRATEF). Tínhamos reuniões que aconteciam em várias cidades brasileiras e com a participação de membros das Associações dos demais estados.
Em alguns destes encontros, meus colegas insistiam que eu deveria fazer o curso de Formação Básica em EMDR. Como eu havia concluído meu Mestrado havia pouco tempo e estava para deixar a presidência da Associação resolvi me inscrever.
Fui fazer o 1º Módulo da Formação em Vitória, no Espírito Santo. Confesso que cheguei muito arredia. Era algo muito diferente do que eu fazia em minha prática profissional há 20 anos. Minha 1ª frase, em minha apresentação para o grupo de formação, foi: “Eu não acredito nisto, mas vim ver o que é!”. Uma aluna não muito fácil, não é mesmo?!
Até que, durante a prática no curso, aplicaram o protocolo básico em mim… E, após anos como paciente de psicoterapias, eu compreendi profundamente meu funcionamento na vida. Pensei: “Esse negócio funciona!”.
Mesmo assim, não foi uma paixão arrebatadora. Talvez, por isso, tenha se transformado em um amor maduro… Fiquei encantada com o modelo de formação, com a possibilidade de ter o conhecimento e a experiência na abordagem reconhecidos através das certificações. Porém, a transformação dentro do consultório foi se dando paulatinamente. Era difícil sair de uma prática verbal para algo totalmente diferente, onde eu tinha que movimentar meu braço de um lado para outro, enquanto solicitava ao paciente que mantivesse em sua mente memórias e cognições. Apesar da cientificidade do EMDR, de todas as pesquisas pelo mundo, do reconhecimento da OMS…
Hoje em dia eu costumo dizer que, para quem não acreditava, eu cheguei longe. Em 2013 eu concluí minha formação básica, onde me tornei Terapeuta em EMDR. Então, pensei em me tornar Terapeuta Certificado, e fazia parte do processo horas de supervisão de casos. O local mais próximo era Curitiba e passei a frequentar grupos de supervisão com a Supervisora e Facilitadora em EMDR Alice Skowronski. Em um determinado dia, Alice me olhou e disse: “Isabel, por que não continuas o processo?”. Na volta para casa, tive 4 horas para pensar e concluí que, se Alice havia me instigado, era porque ela percebeu algum potencial, afinal ela era (e ainda é) uma referência no EMDR para mim; hoje somos “irmãs de coração”. Iniciei meu processo para Supervisora e Facilitadora em EMDR em 2015 e concluí o processo como Supervisora em 2017. Em 2018 concluí o treinamento como Facilitadora pela Espaço da Mente, da qual sou organizadora dos cursos em Florianópolis.
Eu vejo o EMDR como a abordagem mais eficaz e profunda que eu tenho conhecimento nestes mais de 20 anos de profissão. Como psicoterapeuta, vejo transformações muito significativas nos pacientes e tenho a possibilidade de vivenciar experiências terapêuticas de uma beleza impar. O EMDR trouxe algo que eu busquei nestes anos todos de prática profissional: mudanças profundas, mais rápidas e, desta forma, alívio para o sofrimento humano.